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CAPÍTULO 4 - Footbloggers - Entre Pés e Postagens

(Conto único)

Era início de primavera em Rondônia, mas o calor parecia não se importar muito com as estações. A cidade estava fervilhando com a presença de influenciadores digitais de todo o país, reunidos para um grande evento de redes sociais que prometia ser uma vitrine para marcas, novos talentos, e, claro, muita interação entre criadores de conteúdo.

André, nascido e criado no Rio de Janeiro, era um desses influenciadores. Com seus 28 anos, era conhecido por sua autenticidade e seu jeito cativante, sempre compartilhando seu lifestyle com sua legião de seguidores. Ele falava de tudo um pouco: viagens, moda, dicas de relacionamento e, recentemente, havia começado a explorar temas mais introspectivos, o que só aumentou seu engajamento.

Já Alessandro, com 32 anos, era um influenciador de São Paulo com uma pegada mais estilosa e moderna. Conhecido por seu visual marcante – cabelos longos e loiros, barba impecável e uma confiança inabalável – ele dominava o nicho da moda masculina, fitness e autocuidado. Seus seguidores o viam como uma referência de bom gosto e estilo de vida sofisticado, e ele sabia muito bem como manter essa imagem.

Os dois se seguiam nas redes há algum tempo. Tinham interagido várias vezes, trocando elogios e comentários, mas tudo sempre de forma superficial. Nunca havia passado de algumas trocas de mensagens, algo típico entre influenciadores que se respeitam e admiram o trabalho um do outro. O loiro, por sua vêz, não fazia ideia de que André, a quem ele seguia nas redes há algum tempo, também estava lá. Era uma surpresa boa, e até inesperada, quando o avistou de longe, perto de um estande que distribuía bebidas.

O evento era grandioso. Montado em um centro de convenções com ar-condicionado potente, o lugar fervilhava de gente conhecida, marcas exibindo seus produtos e criadores de conteúdo correndo de um lado para o outro, registrando cada momento para suas redes. Havia painéis de discussão, estandes de produtos e sessões de fotos acontecendo em todos os cantos.

André chegou ao evento já no meio da manhã. Ele estava usando uma camiseta branca, bermuda e chinelos, totalmente no clima descontraído e calorento do local. Mesmo no ar-condicionado, a temperatura era alta, e ele rapidamente se integrou à multidão de influenciadores, cumprimentando alguns conhecidos e trocando algumas palavras com pessoas novas.

Alessandro, por outro lado, chegou um pouco mais tarde. Como sempre, estava impecavelmente vestido, mas de forma casual: uma regata branca que destacava seus músculos bem definidos e uma calça de linho leve. Seus cabelos loiros, caindo até os ombros, chamavam atenção por onde passava, e ele parecia estar em casa, sempre confortável em qualquer ambiente.

Quando os dois finalmente se esbarraram, André estava rindo de uma piada contada por outro influenciador quando avistou Alessandro se aproximando.

(André): Alessandro? Não acredito que você tá aqui!

 André exclamou, com um sorriso aberto.

(Alessandro): Caraleeeeo meu parceiro! Também não sabia que você vinha. Que coincidência boa! Pow ta bonitão hein, no estilo hoje.

Alessandro respondeu, abraçando o colega.

(André): Pô mano que nada! To é envergonhado aqui, pensei que ia ser um evento mais casual. Acabei vindo de chinelos pra aliviar o calor e percebi que geral aqui ta trajado.

(Alessandro): Calma, irmão! Você tá estiloso. Muito mais confortável do que muitos aqui. E, na real, com um pezão desse, você tinha mais é que mostrar ele mesmo haha!

(André):  Hahaha! Essa frase parece aquelas que eu recebo dos meus seguidores com fetiche por pés.

(Alessandro): Haha eu to ligado, também vivo recebendo essas mensagens, más isso que falei é em tom de  elogio, beleza? Pra tu ficar de boa ai...

(André): Hahaha! Beleza, então.

Depois de algumas trocas de elogios e uma rápida conversa sobre os conteúdos que cada um vinha postando, Alessandro não conseguia deixar de notar os pés de André. Era quase involuntário. André estava de chinelos, e seus pés eram fortes, bem cuidados e grandes algo que Alessandro rapidamente reparou. Ele tentava disfarçar, mas era difícil não deixar o olhar cair algumas vezes. André, por sua vez, percebeu, mas não deu muita importância. Ele sabia vagamente que Alessandro tinha uma coisa com pés – era difícil não perceber quando ele frequentemente compartilhava fotos relacionadas ao tema em suas redes sociais. Mas, assumiu que para provavelmente, Alessandro só estava reparando, sem maiores intenções.

Porém era algo mais complexo do que ele imaginava. O loiro sempre teve um fascínio por pés, principalmente os de homens, embora nunca tivesse parado para tentar entender de onde isso vinha. Ele sempre levou essa curiosidade de uma forma leve e brincalhona, como se fosse apenas uma piada. Para ele, os pés masculinos eram atrativos por conta do formato robusto, os dedos longos, os pelos no dorso e a virilidade que eles exalavam. Por isso, a maneira como tratava essa curiosidade era sempre com um toque de humor, como se fosse apenas zoação. Mas, na realidade, ele gostava muito mais do que aparentava, especialmente de seus próprios pés.

Ele era do tipo que postava fotos dos próprios pés nas redes sociais com frequência, sempre fazendo piadas sobre como eles eram parecidos com os de um hobbit, muito grandes ou muito peludos. No entanto, no fundo, ele achava seus pés bonitos. Alessandro gostava de exibi-los, de esperar que alguém os notasse, elogiasse ou comentasse sobre eles. E, nos dias em que estava sozinho, às vezes achava até o cheiro de chulé de fim do dia, gostoso. Ele era, secretamente, o maior fã dos próprios pés, embora sempre agisse como se fosse o contrário.

Esse fascínio começou quando ele ainda era criança. Ele se lembrava de observar os pés grandes de seu pai, que junto com sua autoridade, passavam uma sensação de poder que Alessandro admirava. Mais tarde, veio a admiração pelos pés do irmão mais velho, que eram ainda maiores que os dele. Alessandro brincava e zoava com o irmão, mas sempre como uma forma de poder tocar ou tirar algumas fotos, sem que isso fosse percebido como algo incomum.

Por outro lado, André nunca ligou muito para esse tipo de coisa. Nunca deu importância para isso, até que começou a receber alguns elogios nas redes sociais. Seguindo o feedback dos seguidores, ele passou a notar que, de fato, seus pés tinham uma aparência agradável. Durante a adolescência, André achava que seus pés eram desproporcionais por serem grandes demais. Mas, com o tempo, acabou aceitando o formato deles e secretamente também até gostava do cheiro que emanavam depois de um dia corrido. Porém, ao contrário de Alessandro, ele nunca foi além disso. Apenas achava que seus pés eram... pés.

Agora, no evento em Rondônia, depois de todo o dia agitado e os comentários de Alessandro, André começou a se perguntar se haveria algo mais por trás daquelas piadas. Ele riu junto, achando que era apenas brincadeira, mas não podia negar que a forma como Alessandro olhava para seus pés naquele chinelo era, no mínimo, diferente.

Ao longo do evento, os dois passaram mais tempo juntos, e as piadas sobre os pés de André continuavam. Alessandro, mesmo que em tom de zoeira, parecia fascinado. Mas, como sempre, ele desviava o assunto com uma risada. Talvez estivesse se protegendo de algo que ele mesmo não compreendia por completo, ou talvez apenas tentando evitar que André percebesse esse lado dele. André, por sua vez, embora não soubesse o que pensar, começou a se perguntar se, de fato, seus pés tinham algo de especial.

(Alessandro):  Mano, falando sério, cê além de estiloso, ta bem mais confortável que essa galera de sapato apertado. Fêz bem em vir de chibelão.

André riu, um pouco sem jeito, mas entrou na onda:

(André):  Ah, mano, eu nem tava esperando que o evento ia ser tão formal assim, pensei que ia ser mais de boa. Mas também... como diz uns ai, bom que já chamo atenção com o meu pezão haha — disse, balançando os pés, fazendo os chinelos soltarem um pouco.

Alessandro aproveitou a deixa e, sem perder o ritmo, olhou de novo para os pés de André e soltou outra:

(Alessandro): Haha pois é mano, olha aí, com esses pés aí tu devia é mostrar mais! Tô falando sério, tem um monte de seguidor que ia pirar vendo esses pés de pertinho. Aposto que você já recebeu umas DMs loucas.

André fez uma careta, mas deu risada, porque já tinha passado por isso:

(André): Nossa, nem me fala. Eu até acho meio bizarro, mas tem uma galera muito estranha que curte pé. Já li cada coisa... Teve até proposta, acredita? Tipo, os caras oferecendo grana pra eu mandar foto dos meus pés. Dá pra acreditar nisso? — ele disse, com um sorriso de descrença.

Alessandro, que também já tinha recebido mensagens parecidas, ficou claramente mais interessado. Ele inclinou a cabeça, disfarçando a curiosidade com uma risada:

(Alessandro): Nem me fala, véi, direto rola umas dessas comigo também. Uma vez o cara queria me pagar só pra cheirar o meu tênis, acredita? Tipo, mano... qual o sentido? Mas, sei lá, né? Acho que a galera curte essa parada de virilidade nos pés. Tipo, pés grandes, de cara que malha, tem uns chulés de respeito e tal.

André riu alto, quase incrédulo, enquanto sacudia a cabeça:

(André): Que mundo é esse, mano? Eu nunca vou entender... mas sei lá, se pagarem bem, né? — ele brincou, olhando para os próprios pés e balançando o chinelo de novo. — Mas sério, essa galera de fetiche em pé é muito estranha.

Alessandro, com o olhar fixo nos pés de André, mas ainda mantendo o tom leve, não resistiu:

(Alessandro):  Ué cara, se pensar em ganhar uma grana com issso tu já sabe que teus pés nao são feios não, então tem chance de fazer sucesso. Agora que tô vendo de perto, faz sentido os caras ficarem te enchendo. Tu tem uns pés bonitos, grandes, meio veiudão... tem uns seguidores que piram nisso. Aposto que cê já deve ter reparado também. — Ele disse, sorrindo com um brilho malicioso nos olhos.

André levantou uma sobrancelha, um pouco surpreso, mas ainda na brincadeira:

(André): Sério que você tá falando isso? Achei que você tava zoando, mano. Mas agora fiquei na dúvida, será que meus pés chamam tanta atenção assim?

Alessandro deu um tapinha no ombro de André, meio que brincando, meio que sério:

(Alessandro): Mano, se tem uma coisa que eu sei é quando um pé chama atenção, porque o meu de gigante aqui tem quase que um cpf próprio. Mas relaxa, tô só zoando... quer dizer, mais ou menos. Vai que tem um mercado aí, né? — e saiu rindo, como se a conversa tivesse sido apenas uma piada, mas deixando André pensativo sobre o que ele tinha dito.

Após isto a conversa seguiu o curso natural. Falaram sobre sobre as marcas presentes no evento, e sobre como era bom finalmente se conhecerem pessoalmente. Tiraram algumas fotos juntos, registrando o momento e postando nas redes, para a alegria dos seguidores que adoravam vê-los juntos. Depois disso, cada um seguiu para seus compromissos no evento, mas aquela primeira interação já havia criado um laço de camaradagem entre os dois.

Mais tarde, quando o evento chegou ao fim, os organizadores informaram que haviam reservado quartos em um hotel próximo para os influenciadores que ficariam para o segundo dia. O detalhe, que inicialmente passou despercebido, era que alguns teriam que dividir o quarto com outro convidado. Alessandro, exausto e ansioso para tomar um banho e relaxar, pegou um Uber e foi direto para o hotel. Chegando lá, ele rapidamente subiu para o quarto, tomou um banho gelado para aliviar o calor e, enrolado apenas em uma toalha, começou a checar algumas mensagens no celular. Estava absorto nas notificações quando ouviu a porta do quarto se abrir.

André entrou, carregando uma mochila e olhando as mensagens no celular, sem perceber de imediato que Alessandro estava ali. Quando levantou o olhar, deu de cara com o loiro apenas de toalha, ainda com o corpo úmido do banho.

(André): Caraca, Alessandro! Já chego e te encontro desse jeito?

André riu, tentando quebrar o gelo da situação. Alessandro, que também se assustou por um segundo, logo entrou na brincadeira. 

(Alessandro): Haha pois é, parece que vamos dividir o quarto, né? Tô te dando as boas-vindas com estilo!

Ele piscou, sorrindo, enquanto ajeitava a toalha. André, com seu jeito carioca descontraído, largou a mochila na cama do outro lado do quarto e se sentou. 

(André): Bom, pelo menos a vista tá boa, né?

Ele comentou, apontando para a janela, mas deixando o comentário com um duplo sentido que fez Alessandro rir.

(Alessandro):  Ah, então é assim? Mal chegou e já tá me zoando? —  Alessandro retrucou, rindo. —  Mas sério, foi mal, nem sabia que a gente ia dividir o quarto. Achei que ia estar sozinho.

(André): Relaxa, cara. Também não sabia. Mas até que é legal, assim a gente pode trocar mais ideia. E pelo visto, tu já tá fresquinho depois do banho, enquanto eu tô aqui, suado pra caramba.

(Alessandro): Pois é mano, aproveita que a água ta boa e se refresca um bocado. Te falar que antes de tu chegar tava vendo a foto que a gente postou e ela já tá bombando! Olha só, já tem uma galera comentando... — ele fez uma pausa e riu ainda mais — Ah, e claro, não podia faltar. Já tem aqueles caras falando que lamberiam nossos pés.

André riu, balançando a cabeça:

(André):  Sempre tem um desses, né? Acho que já tô até acostumado com esse tipo de comentário. Tem uns caras que nem disfarçam.

Alessandro olhou para André, com uma sobrancelha levantada, um pouco mais curioso do que o normal:

(Alessandro): Pô, mas namoral tu recebe muito disso mesmo? Tipo, gente querendo fazer essas loucuras?

André deu de ombros, meio que rindo da situação:

(André): Bastante, mano. Já recebi umas propostas bem esquisitas. Igual falei, é uns caras oferecendo grana pra eu mandar foto dos pés, outros querendo comprar meus chinelos, essas paradas. E contigo? Já rolou também, né?

Alessandro, sentindo-se levemente desafiado pela conversa, se ajeitou na cama:

(Alessandro):  Ah, comigo rola direto também. A galera parece que se amarra no meu pé. Eu posto umas fotos de vez em quando e já vem um monte de comentário. Deve ser o pé grande, sei lá.

André olhou para Alessandro com um sorriso travesso, como se estivesse lendo as entrelinhas:

(André): Talvez seja por isso que tu posta umas fotos de pé às vezes, né? Já vi que tu entra nessa onda de vez em quando, falando dos teus pés ou até do pé do teu irmão.

Alessandro piscou, um pouco surpreso que André reparava nisso, mas tentou disfarçar o embaraço com uma risada:

(Alessandro): Ah, tu tá reparando, então? Tá acompanhando meu conteúdo de perto, hein? — ele brincou, mas logo mudou o tom — Mas é sério, eu só brinco porque chama atenção mesmo. O pé tem um apelo, cara. A galera curte, e se vai me dar mais engajamento, por que não? Acho que tu deveria começar a fazer o mesmo, aposto que tu pegava uma galera fácil.

André riu, mas fez uma careta ao mesmo tempo, tirando uma das havaianas brancas e dando uma cheirada no próprio pé:

(André):  Mano, no momento meu pé não vale nada. Tá sujo e com um bocado de chulé depois de andar o dia todo nesse evento. — Ele fez uma cara de nojo, mas riu.

Alessandro, sem conseguir disfarçar o interesse que crescia ao ver aquela cena, sentiu um leve arrepio de curiosidade e fascínio ao ver André cheirar o próprio pé, como se aquilo tivesse ativado algo nele. Ele tentou manter a descontração, mas ficou visivelmente mais atento, seus olhos não desgrudavam da cena. Então se ajeitou na cama e, com um sorriso no rosto, colocou seu pé do lado do de André, que ainda estava com uma havaiana branca em um dos pés e o outro descalço, exibindo os dedos suados e um pouco sujos pelo dia corrido. Ele olhou para André, rindo:

(Alessandro): Cara, é massa ver outro cara com um pézão assim. Eu só vejo o do meu irmão, que bate de frente com o meu, mas o dele é maior. O moleque calça 45.

André, levantando a sobrancelha, perguntou curioso:

(André): E tu, calça quanto?

(Alessandro): 44, igual a ti, pelo visto, né? 

Respondeu Alessandro, ainda comparando os pés. André olhou para o pé de Alessandro ao lado do seu e deu uma risada descontraída:

(André): É, parece que sim. Nunca parei pra reparar, mas teu pé também é grandão. Engraçado que, por mais que o número seja o mesmo, tem umas diferenças aí.

Alessandro, já animado com a comparação, começou a apontar os detalhes, tocando de leve no pé de André, o que fez André se encolher um pouco, ainda meio desconfortável, mas sem querer parecer antipático:

(Alessandro): Então, ó: o pé do meu irmão é bem parecido com o meu, mas o teu já é diferente. Olha só, a gente tem a mesma quantidade de pelos no dorso, especialmente no dedão, e as unhas são curtas e limpas. Mas o meu pé é mais largo, com os dedos mais retos. Os teus dedos são mais arredondados, tá ligado?

André olhou para os próprios pés, meio rindo, meio tentando entender até onde ia aquela conversa. Ele brincou com a situação, mas dava pra sentir um leve desconforto em seu tom:

(André): É, cara, não tinha reparado nisso. Até que tá certo. Mas, sei lá, nunca pensei muito nisso, pra ser sincero. Só acho que... meus pés são só pés, né? — Ele mexeu os dedos, sem jeito.

Alessandro continuava tocando no pé de André com curiosidade, até dar um leve aperto no dedão, notando a sensação da pele. André, agora meio sem graça, questionou:

(André): Pô, tu ta pegando no meu pé, mas ele ta todo suado haha.

Alessandro riu e deu de ombros:

(Alessandro): Haha to acostumado. Meus pés fazem isso também, suam pra caramba. É normal, mano. — Ele olhou para os pés de ambos e, soltando uma risadinha. — Cara, vendo os dois pés assim, juntos, muitos dos nossos seguidores pagariam uma grana pra ver essa cena, viu? Ou pelo menos pra estarem aqui perto e poderem falar que a gente tem os pés bonitos... e que juntos ficaram ainda mais.

André, sempre descontraído, levantou a sobrancelha e provocou:

(André): Ah, então tu acha a cena dos pés juntos bonita, é? — tentando arrancar alguma confissão de Alessandro, que apenas riu de leve e respondeu:

(Alessandro): Acho sim. Mesmo sendo pés de hobbit, grandes, peludos e... — Alessandro cheirou a própria mão que tinha tocado no pé de André, dando uma risada — ...e também com chulé, é massa. A gente tem pezão, isso é da hora.

André riu junto, balançando a cabeça:

(André): Tá, tô com chulé mesmo, nem vou negar. Mas fazer o quê, né? Depois desse dia inteiro andando por aí...

Alessandro deu de ombros, despreocupado:

(Alessandro): Normal, pô. Mesmo depois de eu tomar banho, meu pé ainda fica com um cheirinho de... pé, né? — Ele puxou o próprio pé para mais perto do rosto e deu uma cheirada rápida, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

André, meio curioso agora, inclinou a cabeça:

(André): E dessas mensagens que tu recebe dessa galera que curte pé, já cogitou fazer alguma coisa? Tipo, alguma dessas propostas te deixou com vontade de experimentar?

Alessandro deu um sorriso meio malicioso, enquanto mexia nos dedos do pé:

(Alessandro): Ah, tem umas que me deixaram curioso, sim. Tipo, teve uma vez que o cara falou que queria lamber meus pés. Ou uma que eu li sobre um moleque que disse que eu e meu irmão tinhamos uma parada de "footbros". Achei engraçado na hora, mas me pegou de surpresa. E tu, já recebeu umas dessas?

André franziu o cenho, intrigado:

(André): Footbros? Que porra é essa? — Ele riu, sem entender direito, enquanto a ideia ia se formando na cabeça dele.

Alessandro coçou a cabeça, ainda meio rindo, mas tentando explicar:

(Alessandro):  Mano, então, como eu fico brincando com esse lance do meu pé e tals, fico falando dele ser grande, pé de hobbit e arrasto meu irmão nessa, falando que é coisa de família ter pé grande, isso encaixava no conceito. Que "footbros" é tipo um lance de homens que  valorizam a masculinidade atravéz dos pés, uma parada assim, tá ligado?

André ficou com uma expressão surpresa, balançando a cabeça e rindo:

(André): Haha Pô, essa galera cria termo pra tudo mesmo, né? Footbros? Não faz sentido... homem valoriza mesmo é o pau no meio das pernas, e não os pés.

Alessandro deu uma risada e concordou, mas logo fez uma reflexão:

(Alessandro): Verdade, o pau é importante. Mas, pensa comigo: se algo é grande e chama atenção, tipo os pés, que tão sempre à mostra, seja andando de chinelo, igual tu fez hoje, ou postando foto... já ajuda a mulherada a pensar que talvez o pau também seja grande, né? — Ele riu, mas emendou rapidamente, com uma leve provocação — Ou até mesmo deixa outros caras cientes da tua presença. Homens sempre se vangloriam de alguma coisa pra ganhar status, faz parte da natureza.

André ficou um pouco perdido com o raciocínio, mas, ao mesmo tempo, não pôde negar que, em parte, aquilo fazia algum sentido. Ele riu, ainda achando engraçado o papo:

(André): Então, quer dizer que eu andando de chinelo hoje, deixei a galera pensando que eu também tenho um cacete grande? É isso?

Alessandro soltou uma risada meio sem graça, mas deu de ombros:

(Alessandro): Vai saber, né? Talvez sim. Quem reparou pode ter imaginado.

André, meio sem jeito mas com um sorriso brincalhão, perguntou:

(André): E aí, tu acha mesmo que eu tenho algo grande? — Ele riu, mas era evidente que estava um pouco desconfortável com a pergunta.

Alessandro deu uma risada de volta, sem perder o clima de zoeira:

(Alessandro): Não sei mano... Sei que teu pé é grande. E dizem que isso tem conexão, né?

André balançou a cabeça, rindo sem graça:

(André): Haha bom, o meu pau é normal, cara... nada demais.

Alessandro sorriu, meio que deixando o assunto no ar, sem querer forçar a barra:

(Alessandro): Tá vendo? Então já deve ter uns seguidores imaginando coisa grande só por causa de ver teu pé aparecendo. Isso que conta.

André, curioso e sem conseguir segurar a pergunta, soltou com um riso:

(André): Hahaha verdade. Mas... E o teu, Alessandro? É grande também?

Alessandro riu de volta, com aquele jeito descontraído:

(Alessandro): Ah, normal, cara... só meio cabeçudo. — Ambos caíram na gargalhada, se divertindo com o tom da conversa.

André, tentando sair do assunto, mas ainda puxado pela curiosidade, comentou:

(André): Isso é muito doido... tipo, esse lance de lamber os pés. Já me fizeram essa proposta também, mas sei lá, acho que nunca toparia. Deve ser meio esquisito.

Nesse momento, Alessandro, sempre levando as coisas na brincadeira, pegou o pé descalço de André, aproximando-o do rosto como se fosse lamber. Claro que, imediatamente, ele sentiu o cheiro forte do chulé, e riu:

(Alessandro): Ah acharia esquisito uma lingua no pézão é... Quem lamber isso aqui só teria que limpar o chulé na língua também! — Ele brincou, segurando o pé de André com uma risada.

André riu junto:

(André): Hahaha cara, tu é doido! — E logo perguntou, ainda rindo — E tu, deixaria alguém lamber os teus?

Alessandro pensou por um segundo, ainda mantendo o tom leve, e respondeu:

(Alessandro): Se rolasse na hora de um sexo, deixaria sim... mas, não qualquer um.

A conversa mudou de tom por um momento. Ambos riram, mas a ideia ficou pairando no ar. André comentou:

(André): Com mulher, isso seria impossível. Nenhuma mulher faria isso.

A atmosfera mudou ligeiramente, e ambos perceberam o subtexto. Para algo assim acontecer, teria que ser com outro homem. Eles se entreolharam por um instante, a tensão crescendo no ambiente. O pé de André ainda estava nas mãos de Alessandro, que começou a massageá-lo de leve, sem perceber. Passando a mão entre os dedos e descendo pela sola. A sensação de proximidade trouxe um certo desconforto, mas também algo que os dois não queriam encarar diretamente.

André, sentindo o clima esquentar e os toques ficarem mais pesados, se desvinculou rapidamente, levantando-se:

(André): Vou tomar banho. — Ele disse, como uma desculpa para fugir daquela tensão.Alessandro assentiu:

(Alessandro): Melhor mesmo... vai lá lavar esse pé hehe.

Assim que André entrou no banheiro, Alessandro, ainda sentado na cama, ficou ali, sozinho com seus pensamentos. Ele olhou para sua mão, que até agora estava massageando o pé de André. Não resistiu à tentação e a aproximou do nariz, sentindo o cheiro do chulé. O cheiro estava forte, mas de alguma forma, agradava. Ele não pôde evitar uma ereção que começou a marcar a toalha que usava.

Desconcentrado e um pouco confuso com suas próprias reações, Alessandro se levantou rapidamente, pegou suas coisas e decidiu sair.

(Alessandro): Vou descer pro bar — murmurou para si mesmo, tentando clarear a cabeça, enquanto André ainda tomava banho no quarto.

Alessandro saiu do quarto com a cabeça a mil, tentando processar o que tinha acabado de acontecer. Ele nunca tinha se visto naquela situação antes, tão próximo de um amigo, e ainda mais com aquela tensão no ar. Ele desceu até o bar do hotel, pedindo uma cerveja na tentativa de relaxar e afastar os pensamentos que o perturbavam.

Enquanto isso, no quarto, André terminava seu banho, ainda refletindo sobre a conversa estranha que tiveram. Ele tentou ignorar o desconforto que sentiu quando Alessandro começou a massagear seu pé, mas algo dentro dele não deixava aquilo de lado. "Alessandro sempre foi brincalhão", pensou André, tentando racionalizar o que tinha acontecido. Mas, no fundo, havia uma dúvida que ele não conseguia evitar: será que foi só uma brincadeira mesmo?

No bar, Alessandro bebia sozinho, seus pensamentos voltando repetidamente ao que sentiu ao cheirar a mão que passou pelos pés de André. Ele sempre levou seu fascínio pelos pés dos outros como uma grande piada, algo que ele não precisava confrontar de verdade. Mas agora, parecia mais complicado do que isso.

Cerca de meia hora depois, André apareceu no bar, agora vestido com uma camiseta e bermuda, bem mais relaxado após o banho. Ao ver Alessandro sentado no balcão, ele se aproximou.

(André): E aí, já esvaziando a cabeça? — André perguntou, tentando quebrar o gelo com um sorriso.

Alessandro deu um gole na cerveja e respondeu:

(Alessandro): Tô tentando. E você, tá de boa? — disse, olhando brevemente para os pés de André, agora em um chinelo limpo, sem o peso do chulé do dia.

(André): Sim, cara, o banho deu uma renovada. — André respondeu enquanto puxava uma cadeira e se sentava ao lado de Alessandro. Eles ficaram em silêncio por alguns segundos, antes de André retomar a conversa de onde haviam parado:

(Alessandro): Mano, aquele papo de mais cedo... foi estranho, né? Desculpa se falei de mais. Tipo, esse lance de pé, é muita doidera mesmo!

Alessandro deu uma risada, tentando parecer despreocupado, mas sentindo a tensão voltar:

(André): Cara, de boa! Tipo, eu sempre zoei essas paradas, mas... sei lá, tem algo nisso que eu acho interessante. E, pô, você sabe que a galera curte, né? A gente só não fala muito disso.

André ergueu as sobrancelhas, um pouco surpreso com a honestidade de Alessandro.

(Alessandro): Interessante? Tipo, tu já fez alguma coisa? — perguntou, dessa vez, sem o mesmo tom de brincadeira. Agora parecia querer entender melhor.

Alessandro hesitou por um momento, mas decidiu ser sincero:

(André): Nunca fiz, não... mas recebo muita proposta e elogios. Inclusive de caras. Eu sempre levei na zoeira, mas, confesso que me deixava curioso às vezes.

André coçou a nuca, pensando no que Alessandro tinha dito. Ele, por sua vez, nunca tinha pensado tanto no assunto até agora.

(André): Sei lá, mano... pra mim, pé é pé, mas eu já li cada coisa bizarra nas DMs que até fiquei com uma pulga atrás da orelha.

(Alessandro): Tipo o quê? — Alessandro perguntou, interessado, agora com os olhos fixos em André.

(André): Tipo... os caras pedindo pra lamber, ou até pra cheirar. Até hoje eu não entendo de onde vem isso, mas é muita gente que manda essas coisas, e algumas vezes até me pergunto o porquê. — André comentou, meio envergonhado.

Alessandro riu, um riso solto, mas havia uma seriedade ali:

(Alessandro): Bom, cara, tu viu como foi hoje... teu pé chamou atenção. — Ele disse, olhando brevemente para os pés no chinelos de André. — Mas, eu entendo. Acho que isso tem a ver com essa parada de "footbros" que te falei mais cedo. Uma coisa de masculinidade entre os pés, sabe?

André balançou a cabeça, ainda tentando digerir a ideia:

(André):  Ainda é estranho pra mim. Mas, vou te falar que se rolasse algo assim também não queria que fosse com qulquer um.

Ambos se olharam e riram juntos, mas o clima ainda carregava uma tensão subjacente. Eles estavam cientes de que algo havia mudado desde aquele momento no quarto. Quando Alessandro ousou tentar falar alguma coisa a mais foi interrompido pelo celular de André que tocou. E logo se afastou dizendo que precisava atender pois era sua namorada. Deixando o loiro ali sozinho com seus pensamentos.

***

Na manhã seguinte, os dois acordaram com a atmosfera ainda carregada pela tensão do dia anterior, mas evitaram qualquer menção direta ao que havia acontecido no quarto. Ambos se arrumavam em silêncio, com o som da TV ao fundo e as luzes do quarto de hotel trazendo uma sensação de normalidade.

Alessandro, com um olhar mais atento, percebeu que André estava colocando um par de sapatos sem meias. Ele não conseguiu evitar uma provocação:

(Alessandro): Sapato sem meia hoje, hein? Vai dar chulé garantido mais tarde! — disse, soltando um riso leve, tentando manter o clima descontraído.

André deu uma risada em resposta, enquanto arrumava os cadarços:

(André): Cara, certeza. Com esse calorão, o pé vai tá daquele jeito! — ele fez uma pausa, olhando brevemente para Alessandro, como se estivesse esperando por algum comentário extra.

Alessandro, que não perdeu a oportunidade, continuou:

(Alessandro): Nem fala. Eu aqui de meia, e ainda aposto que até o meu vai tá com aquele cheiro no final do dia também.

O assunto de "chulé" soou como uma desculpa para ambos voltarem ao tema dos pés, algo que claramente estava mexendo com eles. Eles riram, mas por dentro, ambos sentiam a mesma curiosidade e aquela sensação de desafio não resolvido. Cada um, à sua maneira, tentava testar o outro, ver até onde poderiam ir sem ultrapassar a barreira da heteronormatividade que os cercava.

Alessandro, sempre o mais descontraído, fez uma última provocação antes de saírem para o evento:

(Alessandro): Bom, pelo menos a gente já sabe que hoje à noite, o quarto vai estar perfumado, né? — disse, rindo, tentando manter a tensão sob controle, mas claramente fazendo alusão àquela "última noite" que passariam juntos.

André riu junto, mas havia um certo desconforto. Ele sabia exatamente a que Alessandro se referia, mas em vez de confrontar a situação diretamente, ele jogou o mesmo jogo:

(André): Quer comparar? Tenho certeza que essa lancha tua ai que vai suar hoje!— respondeu com um sorriso de canto, instigando Alessandro a responder.

Eles seguiram para o evento, onde ambos tinham que manter o foco nos compromissos com os seguidores e as interações profissionais. Mas, durante todo o dia, enquanto interagiam com outras pessoas, postavam conteúdo e faziam o que influenciadores fazem de melhor, algo mais profundo se passava entre eles. Era como se estivessem participando de um jogo de provocação velada, uma batalha de egos, tentando ver quem seria o primeiro a cruzar a linha.

Durante o evento, trocavam olhares e piadinhas. O dia no evento seguia como qualquer outro, com encontros com fãs, postagens nas redes sociais e algumas interações profissionais. No caminho de volta ao hotel, o clima de leveza se misturava com algo mais denso. Nenhum deles verbalizava, mas havia uma espécie de competição implícita acontecendo. Eles sabiam que aquela noite seria a última juntos antes de voltarem à rotina, e isso colocava uma pressão invisível no ar.

Ao chegarem ao quarto, ambos estavam cansados.  Alessandro, mais uma vez, fez uma provocação, observando André tirar os sapatos sem meias e esfregando os pés no chão para aliviar.

(Alessandro): Cara, não sei tu... mas meu pé pareceu que estava o dia todo numa sauna.— disse rindo, observando André. — Hoje o quarto vai ser só cheiro de chulé mesmo.

André deu uma risada breve, mas logo lançou um olhar curioso para o amigo, ainda se divertindo com o tema que sempre voltava:

(André): Pior que não é só o teu não, viu. Se alguém entrasse aqui agora, ia achar que a gente passou o dia todo correndo... — ele fez uma pausa, olhando Alessandro mais seriamente. — Tu deve receber muito direct disso né mano, porque direto tu mostra teus tênis... galera deve comentar pra caralho sobre o cheiro.

Alessandro, mais à vontade do que o habitual, respondeu com naturalidade:

(Alessandro): Pior que recebo, cara. Direto tem alguém pedindo foto, vídeo... E é sempre aquela história de querer lamber, ou cheirar, essas coisas.

(André): Boto fé...E tu já pensou em topar? Tipo, se fosse uma grana massa?

Alessandro, se inclinando um pouco mais perto, falou de forma provocadora:

(Alessandro): Cara, já passou pela cabeça. 

André se recostou na cama, rindo da situação:

(André): Entendo. Sei lá, também não sou de recusar fácil se a grana for boa. — Ele olhou para os próprios pés, sem dar muita importância ao que tinha acabado de dizer. — Meu unico rolê é que seria um cara desconhecido. 

Alessandro, vendo uma oportunidade, provocou ainda mais:

(Alessandro): E se fosse alguém aqui? Tipo... eu? — Ele disse num tom meio brincalhão, mas havia uma sinceridade por trás.

André ficou em silêncio por alguns segundos, surpreso, mas curioso. Ele estava prestes a responder, quando Alessandro quebrou o silêncio com um riso, tentando aliviar o clima:

(Alessandro): Tô brincando, mano! Relaxa... — Ele deu um tapa leve no ombro de André, mas o clima de tensão já havia se instaurado.

Pois o tom de brincadeira, mesmo que feita para aliviar a situação, não desfez o que ambos sentiam. Eles se encararam por um segundo mais longo do que o normal, antes de André finalmente quebrar o silêncio:

(André): Se tu quer tanto assim, cara... — ele riu, mas parecia incerto. Alessandro só balançou a cabeça, mantendo o tom de zoeira.

Ambos riram para afastar a estranheza que sentiam, mas sabiam que naquele momento era vai ou racha. André, ainda deitado na cama, balançava o pé no ar de forma despreocupada, tentando dissipar o clima que ficou no ar. Alessandro, sentado na cadeira ao lado, olhava de relance para os pés de André, tentando manter o tom casual, mas claramente ainda pensando no que havia dito.

André, sem olhar diretamente para Alessandro, falou meio rindo:

(André): Mano, até parece que tu teria coragem de fazer isso de verdade, né? Zoar é fácil... mas na hora H, tu correria. — Ele lançou a provocação sem encará-lo, como se estivesse jogando para ver até onde Alessandro iria.

Alessandro, nunca fugindo de uma boa piada, deu uma risada mais alta, mas havia uma pequena hesitação antes de responder:

(Alessandro): Cara, coragem eu tenho, o problema é que tu ia ficar sem graça, né? — Ele lançou a provocação de volta, olhando para André como se estivesse esperando por uma resposta.

André parou de balançar o pé por um momento e olhou diretamente para Alessandro, seu tom ainda brincalhão, mas com uma curiosidade genuína:

(André): Ah é? Tu acha que eu ia ficar sem graça? 

O clima já estava pesado demais, com tantas brincadeiras e provocações sobre os pés, mas nenhuma ação definitiva. Ambos estavam claramente curiosos, mas nenhum tinha coragem de ultrapassar a barreira que parecia dividir os dois. André então colocou os pés em cima do colo de Alessandro e disse:

(André): Vamo ver o que realmente tem de tão interessante nisso, então. Só pra ver qual é.

Com isso, ambos ficaram em silêncio por alguns segundos, até que Alessandro, com uma coragem repentina, pegou um dos pés de André, ainda descalço, e começou a cheirá-lo, como se estivesse levando tudo na brincadeira. O cheiro do co chulé carregado do dia inteiro, era forte, mas de alguma forma, não repulsivo. Alessandro riu ao cheirar e comentou:

(Alessandro): Cara, o teu pé tá daquele jeito! Quem tiver coragem de lamber isso aqui merece uma medalha.

André riu, mas o riso estava entrelaçado com um nervosismo evidente.

(André): E aí, vai encarar? — Ele provocou, como se quisesse ver se Alessandro realmente teria coragem.

O loiro hesitou por um momento, mas a curiosidade foi mais forte. Começou a massagear os pés de André de maneira leve, pressionando com os dedos e deslizando as mãos sobre as solas, enquanto comentava casualmente:

(Alessandro): Cara, teu pé é grande, mas é até macio, hein? A galera ia pagar bem pra estar no meu lugar agora.

André soltou um riso nervoso, mas não se mexeu. Ele estava curioso, deixando-se levar pela situação, observando enquanto Alessandro passava as mãos.

Alessandro, então, inclinou-se e, num impulso, colocou a ponta da língua no pé de André, ainda num tom de brincadeira, e sondando as reações do amigo, que ainda parecia calmo, Continuou com com a lingua devagar sobre a pele quente, lambendo o arco do pé e subindo lentamente. Quando Alessandro chegou nos dedos, ele fez uma pausa e comentou:

(Alessandro): A textura é interessante... 

Logo depois, sem hesitar, Alessandro deu uma chupada suave no dedão. O toque da língua e a pressão foram surpreendentes para ambos. André, surpreso, não sabia como reagir, ficando completamente imóvel, apenas sentindo aquela nova e inesperada sensação. A tensão entre os dois aumentou à medida que o ato parecia se estender por mais alguns segundos. Como se Alessandro estivesse fazendo um oral naqueles dedos. Era como se o momento estivesse parado, e nenhum deles sabia exatamente como sair daquela situação.

Foi quando o loiro, já mais confiante e querendo testar os limites, começou a descer com a boca pelas solas do pé de André. Sua barba começou a roçar na pele, e isso causou cócegas involuntárias, que finalmente se mexeu, e o tirou do transe da sensação. Rindo um pouco desconfortável:

(André):  Cara, tua barba faz cócegas... — Ele disse, tentando aliviar o clima, mas o desconforto estava claro em sua voz.

A risada de André quebrou a tensão e trouxe um momento de estranheza. Alessandro também percebeu o impacto que suas ações estavam causando e, embora estivesse curioso e interessado, algo na atmosfera pesoi. O toque da barba, a sensação das solas, tudo isso trouxe André de volta à realidade, e o que antes parecia uma brincadeira inofensiva agora estava à beira de algo muito mais íntimo.

(André): Acho que... é o suficiente, né? 

Alessandro concordou com um sorriso nervoso ainda sem olhar diretamente para André.

(Alessandro): Bom, acho que agora a gente entendeu o que essa galera curte... — Ele riu, mas a tensão ainda estava ali.

André, sentindo o desconforto, balançou a cabeça e respondeu:

(André): Cara, isso foi... estranho. Mas, ao mesmo tempo... sei lá, né? Não sei nem o que dizer. — Ele riu de leve, ainda tentando digerir o que havia acabado de acontecer.

Alessandro, percebendo que talvez fosse melhor não forçar mais a situação, deu um passo para trás.

(Alessandro): Acho que foi o suficiente pra matar a curiosidade, né? Não precisa ir além.

André concordou, aliviado por não precisar continuar, mas algo na experiência o deixou pensativo.

(André): Sim, cara. Acho que foi. — Ele suspirou.

Alessandro sentia o clima mudar completamente após aquela breve, mas intensa, interação. Ele riu de forma nervosa, tentando aliviar a tensão, mas por dentro sabia que tinha cruzado uma linha que nunca imaginou atravessar. André, por sua vez, também estava visivelmente desconfortável, mas, no fundo, ambos sabiam que algo havia sido despertado naquela brincadeira.

Sem saber como continuar ou lidar com a situação, Alessandro levantou-se abruptamente, tentando esconder sua ereção:

(Alessandro): Vou tomar um banho... gelado. — Ele disse, soltando um riso nervoso, esfregando o rosto, ainda com o cheiro do chulé de André.

André, com as pernas cruzadas, tentando também disfarçar sua própria excitação, balançou a cabeça:

(André): Vai lá, cara. — respondeu, tentando parecer tranquilo, mas sua voz entregava o embaraço. Ele rapidamente puxou uma almofada para o colo, escondendo seu pau marcando.

O silêncio constrangedor foi quebrado apenas pelo som da porta do banheiro se fechando. A água do chuveiro começou a correr, e André suspirou aliviado. Ele sabia que aquela noite não poderia continuar da mesma forma e estava grato por Alessandro ter saído do quarto.

Minutos depois, o loiro saiu do banho, ainda esfregando o cabelo com uma toalha, mas agora mais controlado. Eles não trocaram mais nenhuma palavra além de um rápido e quase envergonhado:

— Boa noite. — disseram em uníssono, antes de se virarem para lados opostos do quarto.

Aquela noite, Alessandro rolou na cama, refletindo sobre tudo o que tinha acontecido. O desejo ainda estava presente, mas misturado a uma confusão que ele não sabia como lidar. André, do outro lado, também não conseguia parar de pensar na situação. Havia algo ali que ele nunca experimentou antes, e aquilo mexeu profundamente com ele.

***

Na manhã seguinte, Alessandro acordou com o som suave de carros na rua e o quarto silencioso. Ele olhou para o lado e percebeu que André já havia saído. Por um momento, sentiu um vazio e até um certo medo sobre o que aquilo significava para a amizade deles. Mas então, ao se levantar, ele viu um cartão na escrivaninha, ao lado de uma pequena garrafa de água.

A mensagem no cartão dizia:

"Não quis te acordar, mas queria agradecer pelo tempo que passamos juntos. Foi um prazer te conhecer e curtir esses dias. Quem diria, né? Já temos história. PS: Meus pés de 'hobbit' sempre vão lembrar da tua língua, zé ruela! Abraço, André."

Alessandro não pôde evitar rir ao ler aquilo. A mensagem, além de divertida, trouxe um alívio inesperado. Aquela pequena piada final de André demonstrava que ele não estava levando as coisas tão a sério, e isso deu a Alessandro uma sensação de leveza, tirando o peso da noite anterior. Ele sentiu que, apesar de tudo, a amizade deles estava intacta, ou talvez até mais forte.

***

De volta a São Paulo, Alessandro se sentia diferente, como se tivesse se descoberto um pouco mais, mesmo que aquela nova percepção ainda fosse confusa. O que ele sabia era que aquela experiência havia despertado algo nele, algo que ele queria explorar mais. No caminho de volta, ainda no avião, ele pegou o celular e mandou uma mensagem para o cara que havia comentado sobre "footbros":

Me conta mais sobre esse lance de footbros, tô curioso pra entender melhor.

Ele sabia que isso era só o começo de uma nova jornada de autodescoberta. Quando chegou em casa, foi recebido pelo irmão, Vinicius, deitado no sofá, só de samba canção, os pés esticados e com as solas voltadas diretamente para a porta, sendo a primeira coisa que Alessandro viu ao entrar. Vinicius não se incomodava, estava tranquilo, assistindo TV.

Alessandro sorriu ao ver a cena e, sem pensar muito, sentou-se ao lado do irmão, pegando os pés dele e colocando no próprio colo:

(Alessandro): E aí, o que tá assistindo? — perguntou casualmente, enquanto massageava os pés do irmao, em parte por reflexo, em parte por tudo o que estava passando em sua cabeça.

Vinicius, meio distraído, perguntou:

(Vinicius): Nada de mais. Eai como foi a viagem?

Alessandro olhou para os pés do irmão e depois para a TV, rindo por dentro com tudo o que havia passado nos últimos dias.

(Alessandro): Foi boa... conheci umas paradas novas, tipo um lance de "footbros". Massa demais. — Ele respondeu, meio enigmático, mas sem entrar em detalhes.

Vinicius levantou uma sobrancelha, ainda com os olhos na TV, mas claramente curioso:

(Vinicius): "Footbros"? O que raios é isso? — ele perguntou, sem tirar os pés do colo do irmão.

Alessandro apertou um pouco mais os pés do irmão, quase como uma resposta inconsciente, analisando aqueles dedos que já conhecia tão bem. Os dedos de Vinicius eram parecidos com os seus, longos e com um formato reto, e aquela sola larga que sempre o fazia lembrar de como os pés grandes eram algo quase "de família".

Posso te mostrar... É tipo um lance de amizade entre homens héteros, mas com uma parada meio foda de valorizar os pés, sabe? Tipo... de forma masculina, sem aquela conotação sexual... ou talvez com, sei lá. Mas é mais sobre... sei lá, brotheragem. — Alessandro disse, com uma expressão misteriosa. Ele hesitou por um segundo, mas logo completou: — Se você quiser, claro.

Ele olhou para os pés do irmão com mais atenção, como se estivesse analisando as semelhanças e diferenças entre os pés dele e os de André. A textura era parecida, os pelos no dorso e os dedos fortes, mas ainda assim, havia algo único em cada um.

Vinicius, ainda absorto na TV, deu de ombros, mais interessado na massagem do que na explicação:

(Vinicius): Tanto faz, tu já vive pegando no meu pé mesmo... Desde que você não pare a massagem, faça o que quiser... Pode até lamber. Tô precisando relaxar, cara. — Ele riu, claramente sem se dar conta da profundidade do que Alessandro estava tentando explicar.

O loiro olhou para o irmão, pois quela resposta descontraída foi tudo o que Alessandro precisava. Com uma mistura de ousadia e curiosidade, ele passou a massagear os pés do irmão de forma mais intencional, sentindo a textura da pele, o formato dos dedos e até a leve aspereza das solas. Vinicius parecia completamente à vontade, acostumado até com esse tipo de toque de seu irmão, mas Alessandro sabia que estava explorando algo mais. Por enquanto, a massagem bastava, mas ele sabia que a porta para essa descoberta tinha sido aberta, e não demoraria muito para ele cruzá-la novamente.

***

Ajude a criar o próximo conto de Footbros!

Estou buscando novas ideias para o próximo conto e gostaria de contar com a sua criatividade.

Sugira nos comentários uma relação entre dois ou mais homens (por exemplo: colegas de trabalho, cunhados, amigos), a sexualidade de cada um, e o motivo que os leva a explorar o universo Footbros (por exemplo: curiosidade, desejo, ou até mesmo uma brincadeira).

Suas sugestões são essenciais para dar vida a novas histórias!

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FOOT BROS

Porque a verdadeira força do homem… começa nos pés. 💪